quarta-feira, 25 de setembro de 2013

sociologia no futebol

O futebol, como se sabe, é um fenômeno que passou a ser “de massa” com a urbanização e a industrialização do mundo, à medida que o “proletariado” multiplicava nas cidades e acentuava o próprio desenvolvimento delas. O sociólogo britânico e especialista no esporte Richard Giulianotti, no livro “Sociologia do futebol – Dimensões históricas e socioculturais’, lançado em 2002, pela editora Nova Alexandria, procura explicar os motivos pelos quais o futebol é capaz de atrair pessoas de todas as “tribos”. Para isso, o autor faz um estudo sobre o esporte e o apresenta como um dos fenômenos sociais e culturais mais importantes de nossa época. Richard Giulianotti é pesquisador e conferencista da Universidade de Aberdeen. Antes de se dedicar ao estudo da relação da sociedade com o esporte em Sociologia do futebol, o autor já havia trabalhado em obras como “Entrando no Campo: “Novas Perspectivas no Futebol Mundial”, “Futebol, Violência e Identidade Social” e “Jogos sem Fronteiras: Futebol, Identidade e Modernidade”. A análise sociológica desenvolvida pelo autor demonstra que o futebol fornece uma espécie de mapa cultural, uma representação metafórica, que permite compreender melhor a importância deste esporte para cada sociedade. Richard deixa claro que a “centralidade” cultural dessa modalidade tem uma importância simbólica e política na sociedade porque contribui na organização de ações sociais e filosóficas. Giulianotti divide a história do futebol em três períodos que funcionam como indicadores das características e mudanças culturais, sociais e econômicas que ocorreram: período tradicional, período moderno e período pós-moderno. O primeiro corresponde à consolidação e difusão internacional até a primeira Guerra Mundial. O segundo relata uma época que vai desde a década de 20 até o final dos anos 80, momento em que os jogadores se profissionalizaram e o futebol passou a ser um negócio rentável. Finalmente, o terceiro aborda os anos 90, quando o esporte se tornou um fenômeno globalizado pela mídia. Nesse contexto, ele decodifica a influência mútua entre as táticas e os heróis. Com uma visão para os cenários latino-americanos e africanos, o sociólogo procura relatar as características das manifestações universais, ou seja, a paixão pelo futebol em vários continentes. O pesquisador discute também a atitude dos torcedores e a violência no futebol no mundo, mas enfoca especificamente o Reino Unido. Richard atribui o comportamento violento dos torcedores da Europa aos grupos sociais amplamente não afetados pelo processo civilizador: os hooligans. De acordo com o autor, o hooliganismo britânico nas décadas de 60 e 70 demonstrava uma violência desordenada. Já na década de 80, os mesmos quando resolveram usar roupas caras e de grifes adotaram um estilo “descolado”. No entanto, o hooliganism, em seu sentido contemporâneo, não se refere aos ataques e desordem, mas à gênese social das diferentes subculturas da torcida e seu engajamento na violência constante e coletiva entre torcedores e times rivais, diz o sociólogo. Para ele, as medidas de segurança e prevenção em alguns estádios só foram possíveis porque a modernização foi paralela ao aumento da exploração comercial associada à imagem dos times. Porém, o pesquisador não deixa de debater a falta de segurança nos campos de alguns países. Para o especialista, a violência nesses países é resultado das ações impetuosas da polícia. Uma espécie de crime organizado, que cobra imposto em nome da proteção, diz o autor. Além disso, o livro analisa a situação atual dos jogadores profissionais e como eles se transformam em estrelas internacionais. Em vários tópicos, Giulianotti reflete sobre a corrupção dentro dos clubes e a importância da ligação entre vigor financeiro e o equilíbrio competitivo dos times. O sociólogo compara o futebol como negócio e os jogadores como produtos de “merchandising”. No mais, Sociologia do Futebol vale por apresentar diversas perspectivas históricas que buscam explicar as origens desse esporte que se tornou o mais globalizado

Nenhum comentário:

Postar um comentário